sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Nunca mais


Há uns dias Fabiana esperava uma atitude de Rodrigo, depois de um dia intenso de trabalho, ela olhava o celular já nem com tanta impaciência como das outras vezes.
Não consegue entender como uma pessoa pode se entregar tão faci

lmente as desilusões parece que pede pra sofrer, não tenta se reerguer e se dar uma chance de ser feliz. Encontrou alguém pior que ela, que muitas vezes mergulhava numa melancolia profunda.
Mas ele conseguiu superá-la na arte de ser infeliz.
De aparentemente apaixonado e meigo quase para um depressivo sem solução.
E ela estava, mesmo assim disposta a se entregar de cabeça, a encarar essa luta. Ainda hoje pensa se deveria procurá-lo, mas revivendo as cenas anteriores, lembra de todas as migalhas de afeto e atenção que teve que implorar, definitivamente, o passo de seguir adiante deveria ser dado por ele. O que ela sabe que não vai acontecer...
Ela se lembra do descaso, e dos respingos de afeto que ele lhe dava, enquanto ela muitas vezes sofria com algo que nem sabia explicar, sentia que ele não estava bem, tudo que queria eram notícias sobre sua ausência, mas o mesmo não estava acostumado a ser amado e “cuidado”... e desde praticamente o início de “tudo” tudo que acontecia só os separavam mais e mais...
Exagero, sim Fabiana sabia que tinha um ‘q’ de exagero da parte dela, não podia denominar isso de amor, paixão ou algum derivado, até porque não acredita em derivados, mas ela acreditava que poderia se tornar ‘algo’ e estar ao seu lado era o que ela mais queria, poder ajudá-lo com ressentimentos, angústias e dores mal curadas. Mas nada disso aconteceu.
Demorou, mas ele machucou, atacou o que ela mais tinha de precioso, suas palavras,
“Você só fala merda, se importe com o que existe!”
Ou seja, ele não existe. Nós não existimos.
Como assim, toda a sua poesia, toda a sua preocupação sendo chamadas de merda. Como ela iria continuar? De uma vez só agora os laços imaginários foram cortados.
Fabiana nem consegue explicar como se viu desvinculada desse homem. Só sabe que não consegue mais olhar pra ele. Todos os caminhos que antes percorria até poder olhar seu rosto, hoje não são mais percorridos. Ela temia isso, a indiferença gritante dentro dela. Ela temia que a preocupação que antes sentia se tornasse uma indiferença cruel. Junto com um nojo e um embrulho no estômago quando se lembrasse do seu rosto ou de todas as suas atitudes. Toda a falta de poesia que lhe envolvia, toda sua ignorância, toda a sua ambição por coisas fúteis e estupidamente idiotas. Todo o seu envolvimento com muitas, muitas pessoas que visavam à mesma coisa que ele. Toda a diferença que existia entre os dois agora GRITAVA dentro dela. Como ela temia isso! Mas aconteceu. Já era.
Fabiana já não olha mais o celular. Triste.
Mas sua poesia continua viva.
Ele não. E sem chance de ressuscitar...
Hoje, não mais.
Nunca mais.

Fabiana, admitia muitas coisas, menos a falta de coragem.
Sim, a história, agora acabou.








Fernanda Guiterio

quarta-feira, 29 de agosto de 2012





Amor é calor.

Frio na barriga.


Conversa amiga.


Entendimento.


Amor não é silêncio que tortura.


Distância, só quando existe o retorno.


Amor não é abandono, medo.


Amor é coragem. É silêncio, só quando as bocas se beijam...




FGuiterio

terça-feira, 28 de agosto de 2012


Não se iluda achando que algum verbo, algum adjetivo, algum substantivo, alguma virgula, alguma reticência que eu escreva seja pra você.
As palavras me pertecem, a você cabe o ponto final.



Fernanda Guiterio


sábado, 25 de agosto de 2012


Se sentir saudade, procure-me em tudo que eu já lhe disse. 
Pois não me encontro em nenhum outro lugar.


Fernanda Guiterio

E nem a droga mais pesada vai fazer com que ela perca os sentidos. Nem mesmo o amor.

Fernanda Guiterio


O meu amor não acaba, ele só se esconde e me protege de você.


Fernanda Guiterio


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

É a vida Zé!


Vou te mandar a realidade. O que vem de você é o seguinte: você não me quer. 
Até quis um dia, mas hoje não mais. Não sei de onde vem essa certeza de que vamos 
ficar juntos,  pois você mesmo não me passa nenhuma. "Nós" não vai existir.
 E você sabe disso. 
A historia é bela?  É, muito. Tem muita gente torcendo?  Tem. Muita. Até eu torço! 
Mas seu mundo está impenetrável e eu sei disso.
Amor? Não. Podia ser facilmente mas com você nada é fácil. 
Quer que eu enumere quantas coisas aconteceram comigo em duas semanas? 
Coisas que vc é incapaz de imaginar! Rotina? 
Nenhuma! Dias iguais?  Nenhum! 
Sabe o que foi igual? As palavras que eu escrevi pra você! Das maneiras mais absurdas!
 No onibus, na praça, no caderninho da vovó...
Amigos? Perto de mim? 
Nenhum.
Mãe, mulher, louca, filha, irmã, ex mulher, atriz, cínica, fui tudo isso esses dias. Apoio?
 De ninguém...o que eu levei? Porrada! Muitas. Doeu? Pra caralho! Palavra amiga sua? Nenhuma!
Telefone na minha cara! E eu? To aqui Zé. E você me deixa escapar a cada dia mais. 
Uma pena. Pra você?  Talvez não.  Pra mim?  Talvez sim. 

Mas vou usar uma frase clichê : é a vida!



É a vida Zé!!!

Fernanda Guiterio

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Desculpa, eu não sei escrever sobre amor bonitinho, alegria, sol brilhando e passarinhos cantando.
Meus amores são sofridos, chorados, doloridos...
Praticamente uma música interpretada por Maysa, 
com muito uísque e cigarros.
Amor lindinho, deixa para os autores de novela.
A minha vida é real.


F.Guiterio





Você é a coisa mais louca, mais enigmática, mais problemática e mais misteriosa que já aconteceu sem acontecer na minha vida.
Eu sou teimosa e adoro desafios.
Você é a minha aventura.
Meu tiro no escuro.
O meu salto de pára-quedas...



Fernanda Guiterio

Marcas

As marcas no seu rosto me fazem imaginar o que sentiu tempos atrás.
Um coração solitário, aflito e angustiado, que não se permite sofrer novamente.
As marcas no seu rosto me chamam a atenção.
Um dia foi feliz, apostou. 
Momentos raros, dois

 ou três, talvez um longo período.
Mas acabou.
E hoje olhando no espelho, chora, raro, mas chora. Escondido.
Não consegue mais, não se permite mais olhar pra trás.
Marcas nas mãos, luta, muito, quase sem descansar. Pesa.
Quase sem aguentar, mas aguenta, muitas vezes nem sabe como.
Marcas, no corpo, marcas aparentes e as invisíveis, que só ele enxerga .
Mas eu as enxergo também e as sinto...
Marcas, no peito.
Seu coração que não cicatriza e não para de doer.
Olhos tristes, mesmo sorrindo, os olhos entregam.
Sofre.
Ele, quem o ama, quem o quer, quem se importa.
Prefere desistir.
Não consegue .
Não consegue muitas vezes seguir.

As marcas no seu rosto me chamam a atenção
Eu vejo.

Muita tristeza.
Muita solidão


Fernanda Guiterio