Há uns dias Fabiana esperava uma atitude de Rodrigo, depois de um dia intenso de trabalho, ela olhava o celular já nem com tanta impaciência como das outras vezes.
Não consegue entender como uma pessoa pode se entregar tão faci
lmente as desilusões parece que pede pra sofrer, não tenta se reerguer e se dar uma chance de ser feliz. Encontrou alguém pior que ela, que muitas vezes mergulhava numa melancolia profunda.
Mas ele conseguiu superá-la na arte de ser infeliz.
De aparentemente apaixonado e meigo quase para um depressivo sem solução.
E ela estava, mesmo assim disposta a se entregar de cabeça, a encarar essa luta. Ainda hoje pensa se deveria procurá-lo, mas revivendo as cenas anteriores, lembra de todas as migalhas de afeto e atenção que teve que implorar, definitivamente, o passo de seguir adiante deveria ser dado por ele. O que ela sabe que não vai acontecer...
Ela se lembra do descaso, e dos respingos de afeto que ele lhe dava, enquanto ela muitas vezes sofria com algo que nem sabia explicar, sentia que ele não estava bem, tudo que queria eram notícias sobre sua ausência, mas o mesmo não estava acostumado a ser amado e “cuidado”... e desde praticamente o início de “tudo” tudo que acontecia só os separavam mais e mais...
Exagero, sim Fabiana sabia que tinha um ‘q’ de exagero da parte dela, não podia denominar isso de amor, paixão ou algum derivado, até porque não acredita em derivados, mas ela acreditava que poderia se tornar ‘algo’ e estar ao seu lado era o que ela mais queria, poder ajudá-lo com ressentimentos, angústias e dores mal curadas. Mas nada disso aconteceu.
Demorou, mas ele machucou, atacou o que ela mais tinha de precioso, suas palavras,
“Você só fala merda, se importe com o que existe!”
Ou seja, ele não existe. Nós não existimos.
Como assim, toda a sua poesia, toda a sua preocupação sendo chamadas de merda. Como ela iria continuar? De uma vez só agora os laços imaginários foram cortados.
Fabiana nem consegue explicar como se viu desvinculada desse homem. Só sabe que não consegue mais olhar pra ele. Todos os caminhos que antes percorria até poder olhar seu rosto, hoje não são mais percorridos. Ela temia isso, a indiferença gritante dentro dela. Ela temia que a preocupação que antes sentia se tornasse uma indiferença cruel. Junto com um nojo e um embrulho no estômago quando se lembrasse do seu rosto ou de todas as suas atitudes. Toda a falta de poesia que lhe envolvia, toda sua ignorância, toda a sua ambição por coisas fúteis e estupidamente idiotas. Todo o seu envolvimento com muitas, muitas pessoas que visavam à mesma coisa que ele. Toda a diferença que existia entre os dois agora GRITAVA dentro dela. Como ela temia isso! Mas aconteceu. Já era.
Fabiana já não olha mais o celular. Triste.
Mas sua poesia continua viva.
Ele não. E sem chance de ressuscitar...
Hoje, não mais.
Nunca mais.
Fabiana, admitia muitas coisas, menos a falta de coragem.
Sim, a história, agora acabou.
Mas ele conseguiu superá-la na arte de ser infeliz.
De aparentemente apaixonado e meigo quase para um depressivo sem solução.
E ela estava, mesmo assim disposta a se entregar de cabeça, a encarar essa luta. Ainda hoje pensa se deveria procurá-lo, mas revivendo as cenas anteriores, lembra de todas as migalhas de afeto e atenção que teve que implorar, definitivamente, o passo de seguir adiante deveria ser dado por ele. O que ela sabe que não vai acontecer...
Ela se lembra do descaso, e dos respingos de afeto que ele lhe dava, enquanto ela muitas vezes sofria com algo que nem sabia explicar, sentia que ele não estava bem, tudo que queria eram notícias sobre sua ausência, mas o mesmo não estava acostumado a ser amado e “cuidado”... e desde praticamente o início de “tudo” tudo que acontecia só os separavam mais e mais...
Exagero, sim Fabiana sabia que tinha um ‘q’ de exagero da parte dela, não podia denominar isso de amor, paixão ou algum derivado, até porque não acredita em derivados, mas ela acreditava que poderia se tornar ‘algo’ e estar ao seu lado era o que ela mais queria, poder ajudá-lo com ressentimentos, angústias e dores mal curadas. Mas nada disso aconteceu.
Demorou, mas ele machucou, atacou o que ela mais tinha de precioso, suas palavras,
“Você só fala merda, se importe com o que existe!”
Ou seja, ele não existe. Nós não existimos.
Como assim, toda a sua poesia, toda a sua preocupação sendo chamadas de merda. Como ela iria continuar? De uma vez só agora os laços imaginários foram cortados.
Fabiana nem consegue explicar como se viu desvinculada desse homem. Só sabe que não consegue mais olhar pra ele. Todos os caminhos que antes percorria até poder olhar seu rosto, hoje não são mais percorridos. Ela temia isso, a indiferença gritante dentro dela. Ela temia que a preocupação que antes sentia se tornasse uma indiferença cruel. Junto com um nojo e um embrulho no estômago quando se lembrasse do seu rosto ou de todas as suas atitudes. Toda a falta de poesia que lhe envolvia, toda sua ignorância, toda a sua ambição por coisas fúteis e estupidamente idiotas. Todo o seu envolvimento com muitas, muitas pessoas que visavam à mesma coisa que ele. Toda a diferença que existia entre os dois agora GRITAVA dentro dela. Como ela temia isso! Mas aconteceu. Já era.
Fabiana já não olha mais o celular. Triste.
Mas sua poesia continua viva.
Ele não. E sem chance de ressuscitar...
Hoje, não mais.
Nunca mais.
Fabiana, admitia muitas coisas, menos a falta de coragem.
Sim, a história, agora acabou.
Fernanda Guiterio